segunda-feira, 17 de outubro de 2011

LEONARDO DA VINCI

LEONARDO DA VINCI
Anchiano - 15 de Abril de 1452 / Ambroise - 02 de Maio de 1519

Foi uma das figuras mais importantes do Alto Renascimento. que se destacou como cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, pintor, escultor, arquiteto, botânico, poeta e músico. É ainda conhecido como o precursor da aviação e da balística.


Leonardo passou a infância na casa do avô, longe do pai, mimado pela mãe. Jovem, não foi um exemplo de força de vontade ou rigidez de caráter. Em 1476, por exemplo, os arquivos locais registram duas denúncias contra ele, por maus costumes (sem revelar o que seriam estes atentados ao pudor público).

Aos 16 anos já desenhava e pintava, e o pai mandou-o a Florença para trabalhar no ateliê de Verrocchio. Florença era naquela época, cidade de grande prestígio e de muitas glorias. Seu governador, Lourenço de Médicis, chamado "o magnífico", a transformara num centro de cultura, dera-lhe paz e prosperidade. A arte florentina estava no apogeu: Verrocchio, Botticelli, Filippino Lippi e Ghirlandaio - entre outros - ali trabalham protegidos pelo regente. A extraordinária beleza física de Leonardo abre-lhe as portas: louro, olhos azuis, nariz aquilino, teria sido o modelo para o Davi, de Verrocchio. Mas é a sua inteligência e o espírito brilhante que lhe mantêm essas portas abertas.


O Batismo de Cristo, de Verrocchio, é o seu primeiro trabalho importante de aprendiz: o anjo à esquerda segundo consta, é totalmente seu. Giorgio Vasari, pintor menor, mas o maior historiador da arte do Renascimento e contemporâneo de Leonardo, afirma que Verrocchio acabou desgostoso com a pintura, ao ver-se ultrapassado pelo próprio aluno. O certo, porém, é que Verrocchio exerceu sobre Leonardo profunda influência, a qual, embora pequena no campo artístico, foi bastante marcante no campo intelectual.


Diz Vasari, a propósito de Leonardo: "Se não tivesse sido tão volúvel e inconstante, teria feito um grande proveito na erudição e nas letras". Ou em qualquer campo que escolhesse. O problema é que não se fixava e, ainda muito moço, já se dedicava aos desenhos arquitetônicos e aos inventos mecânicos

Leonardo viveu com a mãe somente até os 4 anos, quando ela se casou com um certo Accattabriga del Vacca. Indo morar com o avô paterno, Antonio, assistiu ao casamento do pai com Albiera Amadori. O casal não teve filhos e Leonardo chamava a madrasta de madrinha, ligando-se muito a ela. Mas ainda não tinha 13 anos no dia em que ela morreu, e viu o pai casar-se mais três vezes. E não tinha 14 anos quando morreu o avô, seu grande amigo.

Em 1482, aos 30 anos, oferece seus serviços ao Conde Sforza, Ludovico, o Mouro, e segue para Milão, deixando em Florença, inacabadas, duas obras de pintura: Adoração dos Magos e São Jerônimo. Um dos pastores da Adoração, ao que tudo indica, é o seu auto-retrato aos 22 anos. O que encanta os críticos nas suas pinturas inacabadas é exatamente a possibilidade de verem a obra de arte no ato da sua criação.

Fica em Milão até 1499 para projetar a catedral da cidade, mas acaba esboçando e construindo a rede de canais e um
vasto sistema de irrigação e abastecimento de água. Além
disso, planeja e organiza a defesa de Milão, pondo em prática sua "inventiva" na construção de máquinas para a guerra: o carro de assalto que imaginou, coberto de toras de madeira, movia-se à força de homens ou animais protegidos no seu interior, disparando sobre o inimigo com armas que se deslocavam sobre a abertura superior; o canhão de canos múltiplos disparava rajadas, como as metralhadoras inventadas séculos depois.

Urbanista, fez um projeto completo para a cidade de Milão, eliminando muros, alinhando ruas, prevendo esgotos, vias de dois pavimentos em que os pedestres andariam por cima, deixando a pista embaixo livre para veículos. As casas seriam amplas e ventiladas, e haveria enormes praças e jardins públicos.

Ainda encontrava tempo para superintender as representações teatrais, organizar as sessões de música no palácio e dirigir as grandes festas, enquanto trabalhava numa gigantesca estátua eqüestre de Francesco Sforza. Só o cavalo estava completo, quando os franceses, invadindo a cidade, destruíram o modelo em gesso em 1500. Também datam dessa época seus estudos de Anatomia e Proporções, de Perspectiva e de Óptica.


Também é dessa época o quadro A Virgem dos Rochedos, primeiro daquele período que chegou até nós acabado, embora esteja bastante danificado. É a primeira obra de Leonardo terminada que conhecemos e dela existem duas versões, uma no Museu do Louvre e a outra, provavelmente posterior, na Galeria Nacional de Londres. Um contrato assinado a 25 de abril de 1483 obrigava-o a entregar, até o dia 8 de dezembro do mesmo ano, um mural para o altar da Virgem, na Igreja de São Francisco, em Milão. Leonardo contratou os irmãos De Predis para participar da execução, mas antes de terminada a obra romperam o contrato. No dia marcado, Leonardo não entregou o trabalho; começou aí uma questão judicial que durou 25 anos.

Ao que tudo indica, enquanto procurava cumprir a tarefa, com a colaboração dos irmãos De Predis e segundo exigências que determinavam uma série de pormenores na maneira de retratar os personagens, Leonardo trabalhava sozinho em outra versão, pessoal. É esta versão que está no Louvre. Inspira-se no animismo. Segundo esta doutrina, comum no Renascimento, a natureza inteira é animada por almas diversas, todas com caráter espiritual.

Assim, a rocha, as flores, os animais e os homens constituem expressões diversificadas de uma mesma força vital e assim devem ser representados. Leonardo afirma, nos seus manuscritos, que a Terra vive e tem uma alma: os rios são suas artérias, os regatos são as veias, o fluxo e o refluxo do mar são o seu alento, nos vulcões está a residência da vida, o oceano em tomo dos mares é um lago de sangue em volta do coração. A Virgem dos Rochedos emerge de uma atmosfera vibrátil, densa, os objetos perdem os contornos rígidos para respirarem livremente, irradiando uma luz interna, nascida do íntimo, como se viesse mesmo da própria vida contida em cada um. O tema e o desenho foram tomados e copiados por contemporâneos, provavelmente alunos seus, com sutilíssimas modificações. Um desses quadros está na Pinacoteca de Milão e outro na Igreja de Affori, perto de Milão.

Na mesma época pintou A Ceia ou O Cenáculo, no qual retrata o momento em que Cristo anuncia haver um traidor entre os presentes. A intenção dramática é evidente na própria escolha da distribuição dos personagens, na fixação da atitude de cada um: espanto, suspeita, indiferença, dúvida, indignação, amor.  A Ceia custou três anos de trabalho, de 1495 a 1497. Pintou-a numa parede do Convento de Santa

Maria delle Grazie, em Milão, com mais de 9 metros de comprimento e 4 metros e 20 centímetros de altura. Leonardo começa trabalhando com rapidez, dias inteiros, esquecido de tudo. Mas atravessa uma época difícil. A guerra contra Carlos VIII desvia o bronze necessário para fundir o monumento a Francesco Sforza, que custara tantos anos de trabalho.

Ele se queixa a Ludovico e cai em desgraça. Por essa época, vive frugalmente, como um monge. Vegetariano por convicção, não bebe porque "o vinho toma a sua vingança ao bebedor". Às vezes, passa vários dias sem pegar um pincel, desenhando e redesenhando as figuras da Ceia. Há uma enorme série de estudos não só do conjunto como de cada um dos apóstolos, inclusive despidos - para melhor estudar o movimento e a atitude de cada um.

Esse desenhos estão em Milão, no Louvre, em Windsor, na Academia de Veneza e na Albertina de Viena. As duas figuras centrais, Cristo e Judas, merecem um longo estudo e uma incansável busca por modelos dignos. Judas acaba ficando muito parecido com Savonarola - que então domina a vida de Florença, até ser queimado.

A Monalisa
"Mona Lisa", também conhecida como "A Gioconda", é uma pintura feita pelo artista italiano Leonardo Da Vinci, mostrando uma mulher com uma expressão introspectiva, ligeiramente sorridente.  É provavelmente o retrato mais famoso na história da arte. Raros trabalhos de arte são assim comemorados ou reproduzidos.
Leonardo começou o retrato em 1503 e terminou-o cerca de três anos mais tarde. A pintura a óleo em madeira, exposta agora no Museu do Louvre em Paris, é a maior atração do museu.

Muitos historiadores de arte acreditam que a modelo usada para a pintura pode ter sido a esposa de Francesco del Giocondo,  um rico comerciante de seda de Florença e figura proeminente no governo fiorentino. 
O primeiro biógrafo de Da Vinci, Vasari, também pintor, descreve o retrato como sendo de Mona Lisa, esposa do cavalheiro florentino Francesco del Giocondoque. Porém pouca coisa se sabe da sua vida e muito menos da história de sua mulher, Lisa Gherardini,  nascida em 1479.

O título alternativo ao trabalho, "La Gioconda", aparece apenas pela primeira vez num texto escrito em 1625, que se refere ao trabalho como um retrato de uma determinada Gioconda.


Esta referência não contradiz nem suporta a hipótese da modelo ser a mulher de Giocondo, uma vez que, em italiano, "gioconda"  pode significar uma mulher alegre.
Lillian Schwartz, cientista dos Laboratórios Bell, sugere que a "Mona Lisa" é na verdade um auto-retrato de Leonardo. Esta teoria baseia-se no estudo da análise digital das características faciais do rosto de Leonardo e os traços da modelo da obra. Comparando um auto-retrato de Leonardo com a mulher do quadro, verifica-se que as características dos rostos alinham perfeitamente. Os críticos desta teoria sugerem que as similaridades são devidas ao fato de ambos os retratos terem sido pintados pela mesma pessoa usando o mesmo estilo. A teoria de que "Mona Lisa" é um auto-retrato levanta-se no livro "O Código Da Vinci".

O historiador Maike Vogt-Lüerssen, de Adelaide , sugeriu, após ter pesquisado o assunto por 17 anos, que a mulher por trás do sorriso famoso é Isabel de Aragão, Duquesa de Milão, para quem Leonardo da Vinci trabalhou como pintor da corte durante 11 anos. O padrão do vestido verde escuro de "Mona Lisa" indica, segundo este estudioso, que a modelo é um membro da Casa de Visconti-Sforza. O retrato de "Mona Lisa" terá sido o primeiro retrato oficial da nova Duquesa de Milão,  pintado em 1489. O autor compara cerca de 50 retratos de Isabel de Aragão, representada como a Virgem ou Santa Catarina de Alexandria  (nos quais só a própria duquesa poderia servir de modelo), e conclui que a semelhança com a "Mona Lisa" é evidente.


A "Mona Lisa" determinou um padrão para retratos futuros. O retrato apresenta a modelo vista apenas acima do busto, com uma paisagem distante visível em plano de fundo. Leonardo usou uma composição em pirâmide, onde a modelo surge no centro com uma expressão calma e serena. As mãos dobradas encontram-se no centro da base piramidal, refletindo a mesma luz que lhe ilumina o regaço, pescoço e face. Esta luminosidade estudada dá às superfícies vivas uma geometria subjacente de esferas e círculos, que acentua o arco de seu sorriso famoso. Sigmund Freud interpretou 'o sorriso' como uma atração erótica subjacente de Leonardo para com a sua mãe; outros descreveram o sorriso como inocente, convidativo, triste ou mesmo lascivo. Os sorrisos de interpretação dúbia eram uma característica comum dos retratos durante o tempo de Leonardo.


De setembro de 1513 a 1516 Leonardo passou a maior parte do seu tempo vivendo no Belvedere, no Vaticano, em Roma, período durante o qual Rafael e Michelangelo também estavam em atividade.[18] Em outubro de 1515, Francisco I da França reconquistou Milão. Leonardo estava presente no encontro entre Francisco I e o Papa Leão X, em 19 de dezembro, ocorrido em Bolonha.

Foi de Francisco que Leonardo recebeu a encomenda de construir um leão mecânico, que pudesse caminhar para a frente, e abrir seu peito, revelando um ramalhete de lírios. Em 1516 passou a trabalhar diretamente a serviço de Francisco, e foi-lhe concedido o solar de Clos Lucé, próximo à residência do rei, no Castelo de Amboise. Foi aqui que ele passou os três últimos anos de sua vida, acompanhado por seu amigo e aprendiz, o conde Francesco Melzi, e sustentado por uma pensão de totalizada 10.000 escudos.

Leonardo morreu em Clos Lucé, em 2 de maio de 1519. Francisco havia se tornado um grande amigo; e Vasari relata que o rei segurava a cabeça de Leonardo em seus braços quando este morreu - embora a história, amada pelos franceses e retratada em pinturas românticas de artistas como Ingres e Angelica Kauffmann, possa ser mais lenda do que realidade

Vasari também conta que, em seus últimos dias, Leonardo teria pedido que um padre lhe fosse trazido, para que se confessasse e recebesse a extrema unção. De acordo com o que pediu em seu testamento, sessenta mendigos seguiram o seu cortejo. Foi enterrado na Capela de Saint-Hubert, no Castelo de Amboise.

Melzi foi o principal herdeiro e inventariante, e recebeu, além de todo o dinheiro de Leonardo, todos os seus cadernos, ferramentas, sua biblioteca e seus objetos pessoais. Leonardo também se lembrou de seu antigo pupilo e companheiro, Salai, e de seu criado, Battista di Vilussis; cada um recebeu uma metade das vinhas de Leonardo, sendo que de Salai tornaram-se posses as pinturas que acompanhavam o mestre desde então. Seus irmãos também receberam terras, e sua criada recebeu um manto negro de bom material, com as bordas de pele.

Cerca de vinte anos após a morte de Leonardo, o rei Francisco teria falado, segundo o escultor Benvenuto Cellini: "Nunca nasceu no mundo outro homem que soubesse tanto quanto Leonardo, nem tanto por seus conhecimentos de pintura, escultura e arquitetura, mas por ele ter sido um grande filósofo.

Fonte: Wikipedia